Estudo aponta que a depressão pós parto afeta 25% das mães brasileiras. Neste post, vamos abordar as causas, os sintomas, saber como prevenir e tratar a doença!
Um estudo realizado pela Faculdade Oswaldo Cruz mostra que, no Brasil, 1 a cada 4 mulheres sofrem de depressão pós parto. Em alguns casos, a doença surge no primeiro mês após o nascimento do bebê e, em outros, até um ano depois.
Em cerca de 50% dos casos, os sintomas da depressão aparecem quando a mulher ainda está grávida. No entanto, eles podem passar despercebidos, muitas vezes até em função do desconhecimento sobre a doença.
Eu preparei este conteúdo justamente para que você saiba quais são as causas e os sintomas da depressão pós parto. Quanto mais conhecimento tivermos, mais fácil fica prevenir e tratar essa patologia, que pode, inclusive, atingir os pais. Acompanhe!
O que é depressão pós-parto?
Até certo ponto, é normal que as mães tenham alterações de humor e até crises de choro nas primeiras semanas após o parto, com sentimentos de tristeza, angústia e desesperança.
Muitas vezes, isso é apenas o resultado das mudanças hormonais (baby blues) que ocorrem no organismo feminino durante e após a gravidez, somadas a todas as mudanças que o recém-nascido traz para a vida da nova mamãe.
No entanto, quando essas crises se tornam mais permanentes e intensas, é preciso acender o sinal de alerta. Esses sintomas característicos da depressão pós-parto podem, em alguns casos, evoluir para uma psicose pós-parto e até atingir os papais.
Quais são os sintomas da depressão pós parto?
Com uma observação um pouco mais atenta, é possível identificar a depressão pós-parto, que tem alguns sintomas bem típicos. Veja a seguir os mais comuns:
- Falta de motivação: perda total de interesse por atividades do dia a dia, incluindo os cuidados com o bebê, e até mesmo com relação a atividades que antes eram prazerosas, como ouvir música, ler, cuidar do corpo etc. Este é um dos sintomas mais típicos da depressão pós parto.
- Alterações bruscas no apetite: o aumento ou a perda de apetite é bastante comum em quadros de doenças psíquicas.
- Insônia: muitas vezes, as mulheres que acabaram de dar à luz sofrem com a falta de sono e têm dificuldade para adormecer até mesmo quando o bebê está dormindo. Isso contribui para que ela se sinta sempre cansada e irritada.
- Mudanças de comportamento: há casos em que a mulher com depressão pós parto apresenta alterações comportamentais bruscas, com grandes e repentinas oscilações de humor, podendo apresentar, até mesmo, episódios de alucinação. Isso pode ser perigoso, tanto para ela quanto para o bebê.
- Pensamentos suicidas: pensar em morte e em suicídio é um sintoma grave da depressão pós-parto, aumentando o risco da mulher prejudicar a si própria ou ao bebê.
O que causa depressão pós parto?
São diversas as causas que podem desencadear a depressão pós parto. Confira a seguir uma lista de fatores que contribuem para o surgimento da patologia:
Alterações hormonais: depois de dar à luz, os hormônios progesterona e estrogênio, além de outros hormônios produzidos pela tireoide, têm uma queda drástica.
Essa mudança no organismo da mulher pode resultar em uma sensação de tristeza e fadiga, favorecendo o surgimento da depressão.
Até mesmo as alterações no metabolismo, no sistema imunológico, na pressão arterial e no volume de sangue podem agravar as alterações de humor e o cansaço nessa fase.
Questões emocionais: a privação de sono combinada com o estresse de situações rotineiras - os cuidados com o recém-nascido, pressões psicológicas e até mesmo o fato da mulher estar se sentindo menos atraente - podem contribuir para o surgimento da depressão pós parto.
No começo deste artigo, eu escrevi que os homens também podem desenvolver depressão pós parto. É isso mesmo! No caso deles, a doença pode surgir devido ao aumento das responsabilidades. A preocupação e ansiedade em garantir uma boa vida para o filho que acaba de chegar e a necessidade de dar um suporte maior à parceira, podem desencadear a doença também nos pais.
Rotina familiar: dificuldades para amamentar, bebê com problemas de saúde ou que chora muito por causa das cólicas - que apesar de muito comuns nos primeiros meses de vida da criança, podem deixar os pais desesperados -, questões financeiras, cuidados e preocupação com os filhos mais velhos, excesso de palpites vindos de familiares e conhecidos e falta de apoio do parceiro, são exemplos de gatilhos para a depressão.
Outros fatores de risco para a depressão pós parto
- histórico de depressão pós parto anterior;
- depressão anterior ou durante a gestação;
- transtorno bipolar;
- histórico familiar de depressão ou transtorno bipolar;
- histórico de PMDD (desordem disfórica pré-menstrual), uma forma agravada de tensão pré-menstrual;
- problemas de relacionamento com o parceiro.
Como prevenir a depressão pós parto?
Algumas atitudes podem evitar o surgimento da depressão pós parto e ajudar você a viver com mais tranquilidade esse período de mudanças que chegam ainda no período de gestação ou junto com o nascimento do bebê. Confira:
Atente-se para o seu histórico: caso você já tenha tido depressão em algum momento da vida ou possui parentes com esse histórico, é importante se prevenir. Ter consciência sobre uma possível predisposição à depressão e consultar um psicólogo para cuidar da sua saúde mental antes ainda do nascimento do bebê, é uma forma de evitar o surgimento da doença no pós parto.
Cuide da sua saúde: ter hábitos de vida saudáveis, com uma alimentação equilibrada e o mais natural possível, beber muita água e procurar descansar sempre que puder aumentam a sensação de bem estar e ajudam a afastar a depressão pós parto.
A prática de atividades físicas antes, durante e após a gestação - com acompanhamento e orientação profissional - também ajuda o organismo a liberar endorfina, conhecida como o “hormônio da felicidade”.
Não seja tão exigente consigo própria: é normal se esforçar para cuidar bem do bebê, mas vá com calma, não se cobre tanto! Ler e se informar sobre os cuidados com o recém-nascido pode ajudar, mas saiba que as mães podem cometer erros e não há problemas quanto a isso. A maternidade é um aprendizado diário e o mais importante de tudo é a atenção e o amor que você dispensa ao seu pequeno!
Procure ajuda médica
Caso você sinta pelo menos 5 dos sintomas citados neste artigo, incluindo perda de interesse e tristeza, por um período de duas semanas ou mais, é hora de procurar ajuda médica, pois você pode estar com depressão pós parto. Quanto antes iniciar um tratamento, melhor e mais rápida será a sua recuperação.
Prevenir a depressão pós parto, que pode durar meses, é perfeitamente possível. Para isso, é preciso estar atenta aos sinais e sintomas que descrevemos e não hesitar em procurar ajuda profissional.
E o mais importante de tudo: se você apresenta algum desses sintomas ou já tenha confirmado a depressão pós parto, não se sinta envergonhada ou com raiva de si mesma. Esse tipo de doença é muito comum, você não é a única pessoa que passou por isso e também não será a última.
Tenha em mente, apenas, que procurar ajuda é o melhor que você tem a fazer. Fará bem para você e para o seu bebê! Então jamais, jamais mesmo sinta vergonha de buscar ajuda.
Tenha uma rede de apoio
O puerpério por si só já é bastante difícil e quando somado à depressão, se torna algo extremamente impactante na vida da mãe. Ter alguém que apoia as suas decisões e que está disposta a ajudar é algo importantíssimo!
Tenha no seu convívio pessoas que estão dispostas a te ajudar, a te ouvir, a conversar e a cuidar de você. Reúna pessoas que auxiliem nas tarefas de casa, nos cuidados com o bebê, e principalmente, pessoas que tenham empatia para se colocar no seu lugar.
Tente afastar as pessoas que só criticam e que dizem que você está fazendo algo errado. Esse tipo de comportamento afetará você ainda mais! Afaste-se de pessoas tóxicas neste momento, e traga para perto apenas aquelas que querem o seu bem!
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E já que você está aqui, aproveite para ler o artigo sobre cuidados com o recém-nascido.