A gravidez ectópica, ou gravidez extra uterina, é aquela que acontece fora do útero, ou seja, ocorre quando o embrião (óvulo fecundado) é implantado de forma equivocada fora da cavidade uterina.
Isso parece complicado? Funciona assim: na gravidez normal, ou gravidez tópica, a fecundação do óvulo pelo espermatozoide acontece nas Trompas de Falópio, a partir de uma relação sexual. Desta forma, o encontro dos gametas feminino e masculino dão origem ao embrião que se desloca até o útero, onde ocorre a implantação.
No entanto, pode ocorrer um estreitamento ou bloqueio da trompa, fazendo com que o embrião pode não consiga chegar até o útero, portanto, sua implantação ocorre em outros lugares, dando início a gravidez ectópica, em uma das Trompas de Falópio, na forma de gravidez tubária ou em locais como ovário, colo do útero e abdômen.
Dessa forma, o embrião que se fixa fora da cavidade uterina não encontra o ambiente necessário para seu desenvolvimento, e assim não sobrevive.
O surgimento de dor abdominal intensa e perda de sangue pela vagina, principalmente no primeiro trimestre de gestação, pode ser indicativo de gravidez ectópica, sendo importante consultar o médico para ser feito o diagnóstico, pois, a gravidez ectópica pode colocar a saúde da mãe em risco e pode ser necessária a sua interrupção.
É importante que se saiba exatamente o local onde o embrião está, pois, assim é possível que o tratamento mais adequado seja determinado, dado que quando está na cavidade abdominal a gravidez pode continuar, apesar de ser uma situação rara e delicada.
Tipos de gravidez ectópica
Gravidez ectópica intersticial
Ocorre quando o embrião se desenvolve no segmento intersticial da tuba. Nesse caso há aumento do Beta HCG e o tratamento é normalmente feito com os remédios e cloreto de potássio, em várias doses;
Gravidez cervical
É quando o embrião se desenvolve no colo do útero, podendo gerar hemorragia intensa. O tratamento pode ser feito com embolização, curetagem ou injeção local de metotrexato, por exemplo;
Gravidez ectópica na cicatriz da cesárea
É muito rara, mas pode acontecer, sendo preciso tratamento com remédios metotrexato e ácido folínico, durante cerca de 1 semana;
Gravidez ovariana
Por vezes ela só é descoberta durante a curetagem por isso não é usado o metotrexato;
Gravidez heterotópica
É quando o embrião se desenvolve entre o útero e a trompa, mas geralmente só é diagnosticada depois do rompimento da tuba, por isso o tratamento mais usado é a cirurgia.
Posso engravidar novamente após uma gravidez ectópica?
Sim, é possível engravidar novamente após uma gravidez ectópica. Cerca de 65% das mulheres que tiveram gestação tubária e realizaram a cirurgia conseguem engravidar de novo depois de 12 a 18 meses. Porém, uma nova gestação vai depender dos danos que a gravidez tubária anterior provocou no aparelho reprodutor feminino.
Se as trompas de Falópio não sofreram dano, a mulher tem chances de voltar a engravidar, porém, se as trompas comprometerem-se, a solução para uma nova gravidez será recorrer à fertilização in vitro.
A gravidez ectópica pode causar dificuldades para a mulher engravidar novamente de forma natural. Porém, uma nova gestação pode ser viável com a ajuda da reprodução assistida.
Caso você tenha os sintomas, sempre busque um médico para fazer um acompanhamento da sua gravidez e indicar o melhor tratamento para o seu caso.